domingo, 30 de outubro de 2011

Reconto: A Lenda da Onça e da Chuva – índios brasileiros


Certa noite, a palhoça estava quente e fumosa por causa de uma fogueira que haviam acendido dentro dela, os índios então, armaram suas redes do lado de fora, para aproveitarem o frescor da noite. Lá na mata uma onça observava os índios cuidadosamente.
A chuva que estava passando por ali perguntou:
- O que a amiga está fazendo?
- Estou esperando que esses índios se ajeitem, para que eu possa assustá-los! - Disse a onça toda orgulhosa.
- Mas elas não têm medo de você! - Disse a chuva fazendo pouco da onça.
A onça percebendo o pouco caso da chuva desafiou:
- Espere só e você verá!!
A onça então, usou o seu rugido mais feroz , se posicionou por trás da palhoça, e continuou rugindo fortemente por entre as árvores da mata fechada.
Os ídios ao ouvirem o rugido da onça, comemoraram dizendo:
- Amanhã nós vamos flechar a onça!
E uivavam como lobos: UUUUUUU!
- Vamos pegar os dentes dela e fazer um colar!
- UUUUUUU!
- Vamos pegar o couro dela para fazer um tambor!
- UUUUUUU!
-Vamos comer carne de onçaaaaaaaaa!!
- UUUUUUUUUUUUUUUUUU!
A chuva então com ar jocoso, disse para a onça.
- Eu não disse que eles não tem medo de você? Agora se a amiga quer ver correria preste atenção!
A chuva foi se aproximando da aldeia lentamente e encobriu todas as estrelas com pesadas nuvens e a noite clara se transformou em um negro acinzentado. Chamou os ventos frios e fortes, chamou os raios que cortaram os céus e trovões assustadores que pareciam partir a terra ao meio. Os índios nem sequer esperaram as primeiras gotas caírem no chão e gritaram uns para os outros:
- Corre que lá vem chuva!
A chuva então desdenhou da onça, que a esta altura já estava humilhada, toda molhada e à procura de abrigo:
- Eles não têm medo de você , eles têm medo de mim!!
E assim é desde então , a chuva mete medo, a onça não!
Retirado de Historiasdacora.com.br

Animais vertebrados e invertebrados

Ao Mestre

AOS MESTRES

Estar vivo é estar em conflito permanente,
produzindo dúvidas, certezas questionáveis.
Estar vivo é assumir a Educação do sonho do cotidiano.
Para permanecer vivo, educando a paixão,
desejos de vida e morte, é preciso educar o medo e a coragem.

Medo e coragem em ousar.
Medo e coragem em romper com o velho.
Medo e coragem em assumir a solidão de ser diferente.
Medo e coragem em construir o novo.
Medo e coragem em assumir a educação deste drama, cujos personagens
são nossos desejos de vida e morte.

Educar a paixão (de vida e morte) é lidar com esses dois ingredientes, cotidianamente,
através da nossa capacidade, força vital (que todo ser humano possui, uns mais,
outros menos, em outros anestesiada) e desejar, sonhar, imaginar, criar.

Somos sujeitos porque desejamos, sonhamos, imaginamos e criamos, na busca permanente
da alegria, da esperança, do fortalecimento da liberdade, de uma sociedade mais justa,
da felicidade a que todos temos direito.
Este é o drama de permanecermos vivos... fazendo Educação.

Madalena Freire